De vez em quando rola uma coisa comigo. Eu penso que quero fazer determinada comida que nunca fiz e até que não faça não tenho sossego. Foi assim com o tal do crumble.
Eu já tinha comido essa sobremesa e me lembrava que era algo muito crocante, mas não tinha exatamente certeza de sua natureza, se era uma torta, uma farofa ou mesmo um recheio crocante.
Uma das traduções da palavra crumble (pronuncia-se crâmbou) é esmilhagar. No entanto, na minha interpretação do doce acho que é uma reconstrução do que está esfarelado, mantendo a crocância. Está ficando difícil? Acho que isso já é explicação demais.
Crumble é um prato doce de origem britânica, feito de compota de frutas picadas cobertas com uma mistura de gordura,em geral, manteiga, farinha e açúcar, assado até que a cobertura fique crocante. Muitas vezes, é servido com creme, nata ou sorvete, como uma sobremesa substanciosa após uma refeição quente. Fonte: Wikipedia
O negócio é o seguinte: crumble é uma sobremesa, fácil de fazer, rápida e que pode ser muito saudável. Anda na moda porque pode ser feita com farinha integral, aveia e açúcar mascavo, além de frutas diversas, o que, fora a manteiga, o faria uma sobremesa perfeitamente vegana. Mas tem a manteiga!
No domingo à noite, eu estava no carro voltando pra casa e comecei a pesquisar no celular uma receita que eu gostasse de crumble. Você também tem isso? Pois eu, quando decido fazer determinado preparo, procuro e leio inúmeras receitas. Aí, escolho a que mais se parece com o meu jeito de lidar com a cozinha. Dificilmente assumo a primeira receita que encontro. Além disso, eu ainda faço adaptações. Sempre! Não existe a menor possibilidade de que eu siga à risca uma receita. Quase sempre dá certo. Deve ser por causa do instinto cozinheiro que eu já tenho comigo desde pequena.
Nessas variadas receitas que encontrei, a ideia era quase sempre a mesma: uma fruta como base (banana, maçã, pera, manga) e uma farofinha feita com açúcar, manteiga e farinha de trigo. Forno ou frigideira aquecidos e pronto.
Vamos à receita e o modo de fazer que eu adotei e deu certo. Ficou bem gostoso.
Crumble de banana
foto: http://www.handpickedhotels.co.uk/ |
Ingredientes
Quase não sobrou pra foto! |
6 bananas nanicas descascadas cortadas em rodelas de mais de um centímentro
1/2 colher de canela em pó
4 castanhas do pará cortadas em pedaços
30 gramas de uvas passas brancas sem sementes
1/2 xícara (chá) de açúcar mascavo
2/3 xícara de farinha de trigo
2/3 xícara de aveia em flocos
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal gelada
Modo de preparar
Unte com manteiga uma forma refratária ou ramequins* (caso queira fazer porções individuais). Polvilhe a canela no fundo e distribua as rodelas de banana, as castanhas e as uvas passas sem sementes. Em outra tigela, misture o açúcar, a farinha e a aveia e acrescente pedaços da manteiga gelada. Misture com as mãos, sem deixar que os pelotinhos de manteiga se desfaçam completamente. Transforme esses ingredientes numa farofa que será polvilhada sobre as bananas, escondendo-as por completo.
Leve ao forno pré-aquecido em 200 graus por 30 minutos.
*ramequins |
Sirva quentinho com sorvete, com iogurte ou com creme, de preferência o creme azedo (sour cream).
Eu nunca tinha feito, mas fiquei fã. Agora vai ser um tal de crumble de tudo quanto é fruta aqui em casa… Já estou aqui pensando como deve ficar bom com figo… E aí pode-se substituir a castanha do pará por pinhole. Também imaginei colocar um pouco de farinha de amêndoa junto da farinha de trigo e usar parte de farinha integral… Fiz mil viagens no doce.
O fato é que o crumble pode salvar as bananas que quase estão se estragando na fruteira, assim como salvar você numa situação em que não tem nenhuma sobremesa e chega visita, mas tem alguma fruta dando sopa por ali. É só sentir a textura da fruta e pensar na adaptação necessária quanto à quantidade de açúcar e o tempo de forno.
Entende agora porque eu nunca sigo a receita ipsis litteris? Essa sou eu!
A propósito: acho que colocar uma pimentinha no crumble pode dar um belo realce no sabor.
Que tal tentar? Vai que dá certo…
Até amanhã. Tem feriado chegando aí… Pé na estrada ou um bom livro novo para fazer companhia, um friozinho e umas comidinhas gostosas. Que mais a gente quer da vida, hein?! Eu, nada! Ah! Acabo de ler na internet: o Blatter renunciou!