Convidado Especial: chef Kadú Oliveira
Há alguns anos, mais de uma década, quase duas, passei um Carnaval em Caxambu. Não consegui encontrar adjetivo para me referir àqueles dias que não esbarre em memorável ou inesquecível. Foi nessa ocasião que conheci o Kadu, irmão da Andrea, amiga carioca que entrou na minha vida porque era amiga da Renata de Londres, quando ambas viveram lá.
Àquela época o irmão da Andrea ainda não era chef de cozinha, nem talvez tivesse qualquer pretensão de vir a ser um dia. O tempo passa, a vida e os interesses mudam, mas tem coisas que são sempre. Essas coisas que a gente fala de amizade, carinho, respeito e, principalmente, admiração.
Das memórias daquele Carnaval (foi naquele ano que ocorreu aquela trágica história do prédio que desmoronou na orla do Rio de Janeiro porque foi construído com areia do mar), só risadas, diversão, jogatinas em noites que viravam madrugada e muita alegria.
Hoje me sinto honrada em apresentar esse convidado tão especial que, depois de eu ter pegado muito no pé dele, me mandou um texto delicioso sobre o universo gastronômico, o chef Kadu Oliveira.
Aproveitem.
A culinária e seus brinquedos
Eles estão em todas as mídias. São unanimidade entre todos os amantes da gastronomia. São os gadgets culinários. Quem não adquiriu um fatiador, um moulin ou uma faca de chef “estilosa” que atire a primeira pedra!
Eles estão espalhados por todos os tipos de sites de compras, e até onde não se imagina. Acredito até que existe um exagero na oferta, mas como o tema está em moda, depois de tantos programas de cozinha e tantos realities shows, é aceitável que o marketing esteja tão fértil na oferta desses produtos.
Encontramos de tudo um pouco: aventais com imagens de corpos sarados, timers como miniaturas de frutas, legumes e até pequenos chefs, escorredores de macarrão com cores berrantes e formatos impactantes ou fouets com cabos imitando animais.
A real intensão é transformar a culinária caseira numa atividade de prazer e desvinculada do incômodo ato da cozinha cotidiana, e essas liberdades poéticas aplicadas ao bom humor de certos produtos até conseguem resolver essa façanha.
Caso você tenha algum ímpeto pela compra e tenha se apaixonado por algum utensílio culinário com esses apelos visuais, principalmente tendo alguma noção básica da gastronomia e suas técnicas, analise a forma e a função como uma coisa única. Verifique se existe a facilidade de utilização desse acessório em sua plena manipulação sem que qualquer variação do design dificulte a ação proposta. Veja também a sua manutenção e limpeza após o uso, e até a sua durabilidade decorrente da correta aplicação das matérias primas. Pesquise até se o material é tóxico. Nesse tópico temos que ser bem criteriosos pois já vimos fabricantes de chupetas sendo multados por aplicarem substâncias nocivas ao consumo humano nos seus produtos.
Basta um pouco de pouco de bom senso e conhecimento de algumas técnicas culinárias para ter seu aparato gastronômico adequado, mesmo sendo super colorido e combinando com a decoração da cozinha.
Bóra cozinhar ?
Sobre o autor:
Carlos Eduardo Silva ou chef Kadú Oliveira – é carioca, chef de cozinha. Trabalha na IGA Brasil. Mora em Curitiba, onde estudou Gastronomia no Centro Europeu. Um cara do bem, muito inteligente e com o maior tirocínio que eu já conheci.