Domingo, um dia depois do feriado sem sair de São Paulo, ontem foi um dia de almoço de família. Desta vez, na casa da minha sogra.
Felizmente, quatro dos cinco filhos da dona Dora, estavam na cidade e isso já é motivo o bastante para pensar num almoço para reunir todo mundo, ainda mais que dois dos netos também estavam por perto. Foi uma tarde de muita conversa, risadas e, como não podia deixar de ser, de comida boa. Simplesmente porque a minha sogra cozinha bem. Além do que ela faz um frango na panela, que ninguém consegue copiar. Ninguém! Olha que não foi só um ou outro que tentou se igualar, mas a receita (que não tem receita) ela conta, sem problemas, só que o resultado sai diferente.
A Clara, sua neta, diz que ela esconde uma carta na manga, que não conta o pulo do gato, mas no fundo todos sabemos que não é isso. É o jeito de fazer, o capricho, o amor, a certeza de que para aquele preparo haverá bocas salivando e estômagos famintos loucos para saborear aquele temperinho…
Como ainda mais que nos outros almoços, o franguinho de ontem estava espetacular, um show, os ingredientes e o modo de fazer foram assunto para uma boa parte da conversa da tarde, cujos temas embora variados, volta e meia, iam para comida. O que é inevitável quando juntamos a dona Dora, o Warté, meu cunhado, marido da Irene, e eu.
Qual é o segredo do franguinho de panela?
Ingredientes do frango de panela da dona Dora
12 sobrecoxas de frango
2 peitos de frango picados com osso
óleo, o quanto baste (de preferência de milho, algodão ou canola)
cebola o quanto baste
alho (um bom tanto)
sal
pimenta do reino (não muita)
água fervente
Modo de fazer
Aqueça uma panela grande (ou duas se não tiver uma panela grande o suficiente para todo o frango) e nela coloque os pedaços de frango já limpos e sem a pele. Deixe-os selar longamente. Quando estiverem quase grudando na panela, já bem caramelizados, junte o sal, o alho amassado, a cebola e o óleo. Não tema usar óleo nessa receita. Deixe fritar os temperos e que se juntem ao frango. Acrescente água fervendo até cobrir os pedaços todos. Tampe a panela e deixe cozinhar em fogo alto até secar a água, cheirar bem e dar uma boa queimadinha no fundo da panela. Isso vai levar mais de um hora.
É isso! Tem segredo?
O Warté chegou à conclusão que esse frango de panela fica bom porque tem bastante óleo. O que não significa que tudo será incorporado ao frango ou servido à mesa. Quando a carne estiver bem macia, dourada e já se tiver formado o molho roti, o óleo será descartado.
Eu, de minha parte, acredito numa alquimia, fruto da experiência de quem já repetiu esse preparo milhares de vezes. Isso não tem como ensinar. É a mão do cozinheiro. Técnica, claro que tem. Mas é empírica e individual, personificada! Um contrassenso? Nem de longe! Cada um tem um jeito de fazer. Tem coisa que não dá pra explicar, o fato é que fica bom. Eu repeti duas vezes, fora que fui autorizada a passar um pãozinho no fundo da panela para pegar o grudadinho. Só de lembrar, encheu minha boca d’água.
Gosto bastante do meu frango de panela. Gosto também imensamente do que a minha mãe faz, embora eu tenha preferência quando ela faz do tipo galinhada, cozinhando o arroz junto. Fica um pouco empapado e com sabor de mãe, é tudo! Mas o franguinho da sogra, ah! esse não tem mesmo igual.
Que delícia!
Bom inicio de semana, com feriado para dar uma descanso.
Um beijão.
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À esquerda, o frango de panela. Á direita, rondele. |
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Saladas. Destaque para a de flores do jardim da Irene e do Warté
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Também tinha carne na mesa, pra mim, sem chance já que tinha o frango! |