Acabo de ver na televisão a reprise dos gols da Holanda sobre a Espanha no jogo de ontem, 13/06. Uma goleada histórica e de fazer os espanhóis perderem o rumo. Se não todos pelo menos o goleiro, esse sim perdeu o rumo, apesar de duas grandes defesas. Cinco gols para uma seleção campeã numa abertura de Copa do Mundo é de doer, ainda mais porque a Holanda parece que veio mesmo pra revidar e fazer esquecer o jogo da final da Copa de 2010, mas não perdeu a graça e a leveza em campo.
Maria Salgado, minha amada amiga carioca, esteve em casa na última segunda-feira e comentou que o time da Holanda estava se divertindo na praia de Copacabana. Segundo ela, “os holandeses já estão no papo, eles estão adorando a praia no Rio, esses sabem o que é bom”. O que ela queria dizer, brincando é bem verdade, é que o astral de praia e férias do Rio nesse momento devia desconcentrar os holandeses. Ao que parece, os ares da cidade maravilhosa inspiraram “maravilhosamente” os jogadores da Laranja Mecânica.
Eu, que não tinha visto o jogo ontem porque enquanto a bola rolava estava preparando a apresentação do trabalho final do semestre de Gastronomia, estava ansiosa para entender o que aconteceu com a Espanha frente ao esmagador resultado de 5 a 1. Jogadores cabisbaixos, técnico surpreso com uma derrota realmente surpreendente até para os mais desavisados e, na Espanha, a torcida de todo país pedindo a renovação do time. Não acho que é pra tanto, mas é melhor que isso seja assim lá do que aqui.
Em homenagem à Holanda e sua bem-aventurada estreia no Brasil, resolvi procurar uma receita holandesa, coisa que não é muito comum na minha cozinha. Não costumo cozinhar batatas com muita frequência, não faço creme holandês e a torta chamada holandesa que, de vez em quando, como na casa da minha mãe, não tem muito de Holanda, só a homenagem da sua criadora, uma campineira que viveu na Europa por um tempo. Essa também nunca fiz.
Minha curiosidade do dia era com os pratos típicos do país e com o que comemos no Brasil que veio de lá. Não dá pra esquecer que o Brasil não é só São Paulo e Rio de Janeiro. Tem muito mais que isso. A região Nordeste do Brasil foi ocupada por holandeses na primeira metade do século XVII (em 1621 tentaram invadir a Bahia, sem sucesso, e, em 1630, ocuparam Pernambuco de onde foram expulsos só em 1654). Mas as influências ficaram.
Isso vai me levar a uma pesquisa mais profunda, mas por agora, encontrei a receita do molho holandês no site Panelinha, da Rita Lobo, que, por sinal, gosto muito. É do Panelinha que vou copiar a receita e depois de testar comento se é mesmo bom.
Creme holandês
Ingredientes
1 colher (sopa) de vinagre de maçã
1/2 colher (chá) de pimenta-do-reino em grãos
2 colheres (sopa) de água
2 gemas
200 g de manteiga
suco de limão e molho de pimenta a gosto
sal a gosto
Modo de Preparo
1. Com a ajuda de um martelo de carne, quebre os grãos de pimenta. Em seguida, coloque em uma panela, adicione o vinagre e leve ao fogo médio. Quando ferver, desligue o fogo.
2. Passe o vinagre por uma peneira. Reserve o líquido em uma tigela refratária e despreze as pimentas.
3. Numa panelinha, derreta a manteiga em fogo baixo. Quando ela estiver totalmente derretida, desligue o fogo e reserve.
4. Adicione as gemas e a água à tigela com o vinagre e bata com um fouet (batedor de arame) por 3 minutos ou até obter uma mistura espumante.
5. Prepare o banho-maria. Para fazer o banho-maria, leve uma panela com um pouco de água ao fogo baixo. Quando estiver quente, desligue o fogo e encaixe a tigela com a mistura de gemas e vinagre sobre a panela com a água. A água quente não deve encostar no fundo da tigela com o creme de gemas, pois o calor do vapor é suficiente para o cozimento. Tome cuidado para não deixar a água ferver.
6. Com o fouet em uma das mãos, continue batendo vigorosamente a mistura de gemas. Enquanto isso, com a outra mão, vá adicionando (em forma de fio contínuo) a manteiga derretida ao creme de gemas.
7. Continue batendo até que a mistura comece a encorpar. Verifique sempre a temperatura da água do banho-maria e da mistura da tigela. Ela não deverá ultrapassar os 60º C. Para verificar a temperatura, coloque o dedo dentro do molho, próximo ao fundo da tigela. A sensação deverá ser de quente, mas totalmente suportável. Se a mistura começar a esfriar demais, ligue o fogo baixo novamente por alguns instantes até obter a temperatura ideal. Este cuidado evita que o molho talhe.
8. Quando o molho estiver encorpado, retire do banho-maria. Tempere com suco de limão, pimenta-do-reino, sal e molho de pimenta a gosto. Sirva a seguir.
Pelo que pesquisei esse molho fica ótimo com camarão (também o que não fica bom com camarão?), com batatas que é o ingrediente mais habitual da comida holandesa atualmente, com carnes e peixes. O meu palpite é que deve temperar bem uma linda salada, de preferência cheia de ingredientes verdes, mas aí teria que ser servido frio, quase gelado. Como disse, vou testar e depois eu conto.
Bom fim de semana a todos.
Espero que eu precise pesquisar comida inglesa amanhã. Nada me faz torcer pela Azzurra, nem meu nome!
|
Foto do site www.eugosto.de |