Coquetel: para uma noite fria de segunda-feira como a de ontem, nada pode ser mais animado que uma aula de Coquetelaria! Ainda mais depois quase ter perdido a van porque o trem da estação Pinheiros sentido Osasco vem lotado e, de cada dois, só em um os passageiros podem entrar devido à administração logística da CPTM (eles sabem o que fazem, assim espero!)
Deixemos o trem pra lá e sigamos viagem naquilo que nos faz feliz!
Coquetel é a tradução da palavra cocktail (cock = galo, tail = rabo), portanto rabo de galo que nada tem a ver necessariamente com aquela mistura de pinga com vermute, ambos baratos. Muito embora, isso não deixe de ser também um coquetel já que sua melhor definição é o drink no qual se misturam duas ou mais bebidas.
Logo, se você pedir um whisky com gelo tomará um drink, se decidir por um dry martini poderá chamar o seu drink de coquetel.
Segundo o professor Gerson Bonilha Jr., da cadeira de Serviços de Sala e Bar, da Universidade Paulista, os coquetéis têm uma classificação quanto a sua categoria (short, long ou hot drinks), modalidade (batidos, mexidos ou montados) e finalidade (estimulantes, do apetite e físicos, digestivos, refrescantes e nutritivos). Para quem estuda Gastronomia, a finalidade é que mais interessa, uma vez que a harmonização e adequação do coquetel pode valorizar uma produção, se bem feita, ou comprometê-la negativamente, em caso contrário.
Já para quem aprecia uma bebidinha entre amigos ou apenas quer saber um pouco a respeito das combinações universais imortalizadas por astros do cinema e da TV e que parece coisa que só gente do jet set internacional tem acesso, uma boa aula de coquetelaria desmistifica tudo. Ou quase tudo. O suficiente.
“Shaken not stirred”, diria James Bond sobre seu martini. Cosmopolitan é bebida preferida de Carrie Bradshaw, no seriado Sex and the City, sobre quatro mulheres independentes que vivem em Manhatan, que não por acaso dá nome ao drink que é o orgulho americano reverenciado por Marilyn Monroe, em Quanto Mais Quente Melhor (1959).
Para guardar da melhor forma o vasto patrimônio criado por bartenders de todo planeta, em 1951, foi criada a Intenational Bartenders Association (IBA). A coisa é tão séria que 59 países são membros e desde a fundação contribuem para que a arte da coquetelaria seja preservada e aprimorada.
No Brasil, a Associação Brasileira de Bartenders (ABB), com sede em São Paulo, cumpre em território nacional as atribuições da IBA, com informações oficiais desse metiê, oferecendo palestras, cursos e outras atividades para seus membros.
Quando se fala de preservar o patrimônio criado por bartenders, a ideia das associações é manter uma padronização internacional para os coquetéis mais conhecidos. Deste modo, caso você viaje para o Cambodja de férias, poderá tomar, sem medo, uma caipirinha tipicamente brasileira com limão, açúcar, cachaça de cana e gelo. Sem segredos e variações esdrúxulas.
No ano de 2013, os 10 drinks mais tomados no mundo foram pela ordem:
Fora o orgulho da brasileiríssima caipirinha, que nem todo mundo sabe fazer, mas não falta nas festas porque sempre tem alguém que sabe, a lista mostra é um exemplo de como os coquetéis permanecem no tempo. Em tempos de releituras em que tudo o que é retrô é bacana, vale aprender alguns dos imortais como foram feitos originalmente.
Receita de Dry Martini
6 cl.* gin
1 cl. de vermouth seco
Preparar no mixing-glass (um dos instrumentos do barman) e servir em copo cocktail (taça com pezinho) com um zest (um pedacinho da casca espremido para dar aroma, que fica fora do drink) e uma azeitona com caroço no palito
Receita de Cosmopolitan
4 cl. vodca
1 cl. licor de laranja (cointreau)
3 cl. xarope de cranberry
1 cl de limão
Os ingredientes são batidos na coqueteleira e a bebida servida no mesmo copo do martini.
Depois de mais 10 coquetéis preparados e degustados na aula de ontem, veio o meu preferido para fechar com chave de ouro:
Receita de Kir Royal
10 cl. champagne gelado
2 cl. licor de cassis
Montar em taça flute.
As fotos são da adorável Simone Exposito.
Humm… deu vontade de repetir.
Beba com moderação!
Curiosidade sobre o Rabo de Galo – Cocktail – Nos Estados Unidos dos anos 40 e 50, eram comuns as brigas de galo, principalmente, no Mississipi. Conta-se que ao dono do galo vencedor de uma luta eram dadas as penas do rabo do galo perdedor para que com ela fosse mexida sua bebida. Uma forma de humilhar o perdedor.
(11) 3227-6293
e viva a alquimia alcoólica! ótimo post!
Viva!!!