Gente… faz tempo que quero escrever assim de pertinho, contar história e transbordar emoção. Confesso que só durante os anos que escrevi o Blog da Gavioli (ainda quando era blogspot) é que me permiti esse sagrado e prazeroso direito. Depois… tolinha que sou, fui sendo levada por minhas ilusões… meus ideais profissionais… tonta!
Desde que comecei o Minestrone, projeto que amo e me traz alegria (além de muitos afazeres), tive que desvendar um outro universo, feito de termos tecnológicos, regras digitais, estratégias de SEO, integração com redes sociais etc., etc., etc O que é bem justificável diante do meu desejo de fazer uma plataforma de gastronomia com dedicação e apuração jornalísticas. Mas, convenhamos, lidar com isso praticamente sozinha não é tão simples quanto fazer um blog (que também tem lá seus quiproquós!)
Bem antes das alcachofras no vinho
Buscando conteúdos e parcerias entre essas gentes (no plural mesmo!) que faz da comida tanto quanto eu uma profissão de fé, encontrei a Marilene Piccoli.
Nos conhecemos porque eu fazia mestrado em Hospitalidade e meu tema de pesquisa era gente que abre as portas de casa pra receber pessoas para compartilhar a mesa. A Mari faz (fazia até a quarentena) isso na Casa Constantina e eu fui lá fuçar, conhecer e me reconhecer num ambiente que ela abre, generosamente, pra quem tiver coração puro e curiosidade genuína pelo outro, seja o outro, um (re)-conhecido ou um diferente. Tanto faz!
Uma coisa que as pessoas desconfiadas do mundo não sabem é que quando a gente abre a porta de casa, faz a janta, arruma a mesa e senta junto pra comer, “vendendo” por uns trocados a experiência e os aprendizados que teve em milhares de cursos que fez e livros que leu e filmes que viu e receitas que testou, a gente tem certeza de antemão de quem vai se juntar à roda. Não se teme quem se reconhece. Entendedores entenderão.
Mas, voltando à Marilene, sem ter deixado de falar dela até aqui, ela me recebeu em sua casa, a mim, meu marido e minha orientadora amadíssima, professora dra. Sênia Bastos. Fomos lá na Casa Constantina para um jantar croata (que vale uma matéria toda, prometo pra uma hora dessas, não agora).
Passado um tempo da ocasião em que conheci a Mari e conversamos uma vida nuns minutos longos e preciosos, pensei nela como uma parceira no Minestrone. Achei que aquela mulher cheia de curiosidades e projetos podia querer apresentar comigo alguns dos episódios do podcast Minestrone. Minha ideia é expandir o podcast, fazer com que ele seja de mais gente, além de meu, do Fábio Bitelli e da Andréa Faltin desde a estreia e a Kay Gentile, aquela figura do Depois de Paris, nos episódios que a gente já tem gravados do Blablablá na Cozinha do Minestrone (spoiler total!)
Chamei a Mari, ela veio, gravou comigo, de cara, dois episódios porretas: vinho e segurança alimentar (tema previsto na grade da segunda temporada). Nas dicas, ela sugeriu a receita de alcachofra feita com vinho que é um patrimônio da família dela.
Tá logo a seguir a receita, do jeito que ela me mandou. Só que a Mari é tão diferente, que ela fez um vídeo para ensinar o passo a passo de cozinhar as alcachofras. Não é tudo lindo? Eu acho.
Receita de Alcachofras dos Piccolis
Ingredientes
- 4 alcachofras inteiras
Para o molho:
- 1 e 1/2 xícara (chá) de azeite – (apenas para saber que vai precisar, mas vamos preparar de forma natural, organicamente)
- 1 cebola picadinha
- 2 tomates picadinhos
- 8 dentes de alho picadinhos (dividam em duas partes)
- 1 maço generoso de cheiro verde (usar mais as folhas da salsinha)
- Sal, pimenta do reino e um pouquinho de pimenta calabresa ou a de sua preferência
- 1/2 garrafa de vinho tinto (normalmente uso o que tem em casa).
Modo de preparo
1. Deixe de molho as alcachofras, lave muito bem e com uma tesoura apare as pontinhas das pétalas. Abra bem as pétalas para receber o recheio.
2. Misture todos os ingredientes do molho com os temperos e um pouco do azeite como se fosse salada e a metade do alho picado com sal e um pouquinho de pimenta.
3. Coloque no fundo das alcachofras este alho temperado primeiro com azeite. Divida entre as unidades. Depois de feito isto, coloque o recheio – capriche!
4. Coloque as alcachofras numa panela relativamente alta e regue com o restante de azeite. Pode salpicar mais um salzinho e pregue fogo! Se sobrou temperos pode refogar junto e, logo que pedir*, coloque o vinho. Deixe perfumar toda a casa e, logo depois, coloque água delicadamente até cobrir. Prove o sal, se precisar coloque mais um “pouquito”, elas precisam ter sabor. Aproximadamente vai levar uma hora e meia de fogo alto.
5. Sirva-se retirando as pétalas que devem sair (se soltar) facilmente. Este é o ponto.
6. Despreze a parte fibrosa “espinhos” e se delicie com o coração da alcachofra.
Para meus companheiros de Minestrone,
Andrea Faltin, Fábio Bitelli, Karine Gentile, Marilene Piccoli, Rafael Prego e Domenica Mendes.
Uma hora dessas a gente faz uma alcachofra no vinho e brinda ao redor da mesa, todos juntos!
Saúde!
Sou amiga da super cozinheira da casa Constantina e, tive o privilégio de saborear a alcachofra. Maravilhosa e, melhor de tudo, tenho a receita. Valeu!! Sucesso a todos.
Que artigo mais fofo. Promove a Casa Constantina de forma carinhosa e intimista. E de brinde vem a receita da alcachofra! Tudo de bom! 😍😍😍
Parabéns, bonita!
😍🙌🏾✨💪🏾✨🌻😘