Amélia, uma amiga dessa vida e de outras, já falecida, cozinhava muito bem. Fazia comida afetiva. Também contava estórias com forte carga dramática e muita graça. Qualquer que fosse o tema, na narração dela tudo se tornava interessante, o que causava em mim, desde pequena, um enorme fascínio.
Como Amélia era dos quitutes, fazia esfirras, coxinhas, croquetes e outros salgados para vender no bar do marido, o Tonico. Mas, além disso, ela tinha outra fantástica habilidade gastronômica, fazia como ninguém arroz doce e rocambole de goiabada. Que delícia! Meus tios amavam.
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Leia no Clube das Comadres a coluna Hospitalidade e Gastronomia. Imperdível! Aproveite também para rever a receita da salada de última hora publicada no último post da coluna.
A seguir o post na íntegra:
Amélia, a vizinha da comida afetiva
As comadres do clube devem se perguntar por que essa coluna tem o nome Gastronomia & Hospitalidade se o que se acha aqui são pequenas histórias contadas de um jeito informal, algumas vezes até com nomes de pessoas e, quase sempre, fechadas com uma receita caseira, daquelas que a gente troca com a vizinha pelo muro.
É que pra mim, hospitalidade (apesar de toda teoria que eu estudo e respeito) tem a ver com isso, com bem receber de forma simples, o que é, sem dúvida alguma, elegante, oferecendo o melhor dos nossos segredos traduzido em pratos deliciosos, na maior parte das vezes, resultado de uma receitinha meio capenga de família…
Por isso é que não me privo de falar de família (aquela na qual a gente nasceu ou que nos acolheu) e de amigos, que são como família, aquela que a gente elegeu. Aí é até mais fácil!
Amélia, uma amiga dessa vida e de outras, desta já falecida, cozinhava muito bem e também contava estórias com forte carga dramática e muita graça. Qualquer que fosse o tema, na narração dela tudo se tornava interessante, o que causava em mim, desde pequena, um enorme fascínio.
Como Amélia era dos quitutes, fazia esfirras, coxinhas, croquetes e outros salgados para vender no bar do marido, o Tonico. Mas, além disso, ela tinha outra fantástica habilidade gastronômica, fazia como ninguém arroz doce e rocambole de goiabada. Que delícia! Meus tios amavam.
De vez em quando, chegava Amélia na casa da minha avó e dizia que tinha sonhado com Divaldo, meu tio amado. No sonho, ele pedia para comer aqueles doces. Então preparava uma bela travessa de arroz doce, às vezes até fazia um tanto separado com adoçante para o outro tio, o Aldemir, que tinha diabetes, e um lindo pão de ló ou bolo mesmo recheado de doce de goiaba enroladinho e polvilhado de açúcar.
É esse o doce cuja receita eu apresento, hoje, por aqui, e aposto que nem precisaria dizer que se trata de uma massa batida de estrutura cremosa, mas poderia ser aerada (caso não tivesse gordura do tipo manteiga ou margarina) recheada com coulis de fruta regional brasileira, né?
Rocambole de Goiabada da Amélia
Ingredientes
4 ovos
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 copo de leite fervendo
1 colher (sopa) de margarina
1 colher (sopa) de fermento
Modo de fazer:
Claras em neve. Bater as gemas com o açúcar, colocar a farinha e mexer. Leite fervendo e margarina (juntos) em seguida. Por último o fermento.
Obs : Asse em forma retangular untada e polvilhada com as laterais baixas por cerca de 20 minutos. Pode ser forma de pão de ló.
Recheio
Derreta um pacote de 250 gramas de goiabada na panela com duas colheres de água.
Montagem
(Essa descrição é minha porque na receita não tinha essa parte, mas eu já vi fazendo e também fiz esse rocambole).
Com a massa ainda quente, vire-a sobre um pano de prato úmido estendido numa superfície plana. Derrame o recheio de goiabada (pode ser doce de leite, se preferir) sobre a massa e enrole no sentido horizontal.
Polvilhe açúcar de confeiteiro ou refinado sobre o doce.
Espere esfriar para servir, se conseguir, claro!
Quer a receita da goiabada caseira, escreva pra nós. Eu prometo que envio.
Até breve!