No sábado, diante do plano de passarmos o fim de semana em Atibaia, logo que acordei decidi que faria um bolo. Um bolo simples. Minha intenção era fazer um bolo de limão, mas… não tinha limão em casa. A decisão então foi procurar algum elemento entre os ingredientes que eu tinha em casa que pudesse dar sabor ao bolo que eu pretendia fazer.
Como já mencionei aqui outras vezes, ao começar a cozinhar é importante primeiro saber o que se tem disponível na cozinha, desde os ingredientes até os utensílios e também a disponibilidade do fogão. Já aconteceu comigo e algumas vezes na casa da minha mãe de no meio do assado acabar o gás. No lugar onde eu moro agora temos fornecimento de gás de rua, mas lá em Itu, na casa da minha mãe, ainda é o de butijão. Dá um certo desespero quando o gás acaba e o bolo está no forno.
No preparo do bolo de sábado, eu vi que tinha em casa ovos, farinha de trigo, açúcar, leite, fermento e achei que tinha óleo, mas não tinha. Minha culpa, minha tão grande culpa! Tive que corrigir, graças a Deus, em tempo, com o que foi possível, com margarina culinária. Além disso, tinha uma bandeja de iogurte grego da Activia, a nova versão de baunilha.
Da ideia inicial de um bolo de limão, virou um bolo de bolo, oras! Mas com alguns ingredientes que o fizeram especial. Segue a receita.
Bolo de bolo (ou bolo simples)
Ingredientes
Massa
4 ovos inteiros
2 xícaras (chá) de açúcar refinado
1 e 2/3 de xícara (chá) de farinha de trigo
2 colheres da amido de milho
1 copinho de iogurte grego de baunilha
A medida do copinho de iogurte de leite
2 colheres de margarina
1 1/2 colher de fermento
Cobertura
1/2 lata de leite condensado
raspas de baunilha
1 colher de aceto balsâmico
Modo de fazer:
Bata todos os ingredientes da massa no liquidificador, exceto o fermento, até que apareçam bolhas. Misture o fermento à massa e faça o liquidificador pulsar duas ou três vezes. Leve ao forno pré-aquecido a 180 graus em forma untada e polvilhada com farinha de trigo.
Para a cobertura, misture bem os ingredientes para que o leite condensado engrosse um pouco ao ser posto em contato com o aceto balsâmico.
Cubra o bolo ainda quente.
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Enquanto o bolo assava, eu estava fazendo uma adaptação da comida que tinha pronta na geladeira para o almoço do sábado. A ideia é nunca desperdiçar os alimentos que estão bons porque foram bem acondicionados logo depois de feitos, mesmo que isso tenha ocorrido um ou dois dias antes. Eu tinha feijão, carne de panela e o um restinho de um refogado de abobrinha e cenoura raladas. Não tive dúvidas: fervi o feijão com um pouco mais de água e corrigi o sal; desfiei a carne de panela, retemperei, acrescentando pimentões, cebola e um pouco de extrato de tomate, cozinhei um arroz integral novinho e cheiroso e transformei o refogado de abobrinha e cenoura numa deliciosa farofinha, acrescentando milho verde e farinha de mandioca amarela. A comida ficou bem caseira e devidamente apropriada para o paladar do nosso convidado ilustre, o Marco Antônio, neto do Silas, que viria para almoçar. Ele tem nove anos e come muito bem, mas é claro que se deve sempre levar em conta que o paladar dele ainda é infantil.
Depois do almoço tivemos o bolo de bolo de sobremesa. Só que para o Marco eu sugeri um pouco de leite condensado a mais que havia sobrado da cobertura do bolo. Ele adorou a ideia. Também quem não adoraria?
Marco Antonio com máscara Tikuna |
Bolo de bolo é sempre uma boa opção porque serve de base para muitos preparos. Pode ser recheado, pode ser apenas coberto, pode ser embebido com um whisky, conhaque ou licor, ser servido como acompanhamento de uma compota ou uma geleia ou, simplesmente acompanhar um chá, chocolate, café com leite ou sem. Enfim, é tudo de bom!
Bolo de bolo, feito num outro dia. O de sábado, eu não fotografei… |
A ideia do aceto balsâmico deu muito bom resultado. A cobertura ficou com tom de caramelo e um gostinho agridoce bem interessantes. Além do que, usar baunilha em fava é um luxo que poucas vezes eu tive a oportunidade de ter. Não é fácil encontrar nos supermercados aqui no Brasil. Eu trouxe duas favas da Alemanha, por sugestão da Cath, do blog utensílios. Foi ela quem despertou o meu interesse pela baunilha na fava, que é bem diferente da essência líquida e artificial que em geral a gente encontra por aí.
Cobertura de leite condensado e aceto balsâmico |
Depois do bolo, partimos todos para Atibaia. O fim de semana foi de sol e muita ternura unindo quatro gerações: o Silas, seu pai, o Sr. Raphael, os filhos Ian e Pablo, e o neto, Marco. Bonito de ver, apesar das peraltices dos meninos, quando estão juntos, todos têm a mesma idade, a do pequeno, claro.
As quatro gerações na mesa do jantar. Que delícia! |
Sabendo que segunda-feira é o dia internacional e interplanetário do início do regime, o bolo já acabou!
Boa semana!