Pensou, pensou, pensou… Resolveu enfim o menu do dia. Faria frango de panela, finalizado no forno para ficar bem douradinho e brilhante, cuscuz marroquino com frutas secas e castanhas caramelizadas e para guarnição uma abobrinha refogada com vinho branco.
Foi ao supermercado no dia anterior e comprou o que poderia estar faltando de ingredientes para executar um preparo ao mesmo tempo caseiro, um tanto especial.
Marcou o almoço para um dia depois da faxineira para que a casa estivesse impecável: arrumada, limpa e cheirosa, como só a Maria sabe deixar depois da faxina semanal.
De manhã, logo que acordou, providenciou para que as bananas nanicas bem maduras descascadas e cortadas em pedaços fosse para o congelador, prevendo no mínimo três horas até o almoço (embora até a sobremesa fosse bem mais tempo, quem sabe cinco horas). As bananas são base para o sorvete caseiro que aprendeu com uma professora muito especial.
Passou tinta no cabelo e foi à adega onde escolheu um vinho tinto especial, um português, e lembrou-se então, falando com o marido, que já havia um branco chardonnay gelado, caso fosse essa a preferência das convidadas. Mas seria melhor manter os dois à disposição.
Descongelou as coxas e sobrecoxas de frango, limpou, separou uma parte da outra e temperou bem com sal e pimenta.
Aí resolveu ligar para confirmar o almoço com as colegas tão queridas, Clarice e Meire e ficou sabendo que não ia rolar… Um tal evento foi marcado para o início da tarde e minou a possibilidade de se encontrarem para esse almoço fraternal. Chato… mas acontece. São os ossos do ofício de quem faz eventos, em especial os do Governo. Tudo decidido em cima da hora. O princípio do anti-evento, mas, no fim, tudo dá certo e os chefes ainda pensam que foi moleza.
Não faz mal por que as pessoas sempre têm ainda muitos dias na vida para se ver, para cozinhar, brindar a vida e a convivência com tanto carinho e afeto. Só que desta vez, não deu certo. Mas o almoço… ah! esse saiu. E a tinta do cabelo, assim que deu o tempo, ela tirou. Ficou com cabelos lindos… todos os fios brancos completamente cobertos.
A receita do frango veio do Blog da Gavioli, do post O segredo do franguinho de panela. A abobrinha foi uma apropriação de parte de um preparo de um bolo que costuma fazer, uma boa receita, por sinal. Mas, e o cuscuz marroquino? Esse é o da receita a seguir:
Cuscuz marroquino com castanhas e frutas secas
Ingredientes
1 xícara (chá) de cuscuz marroquino (farinha de sêmola)
1/2 xícara (chá) de caldo de galinha
1/2 colher (sopa) de manteiga
20 gramas de amêndoas em lascas
20 gramas de castanhas de caju picadas
20 gramas de uvas passas brancas
2 damascos secos picados em brunoise
1 fio de azeite de oliva
Modo de fazer
Misture o três primeiros ingredientes e deixe-os descansar por 5 minutos em recipiente tampado. Depois desse tempo, o cuscuz estará hidratado, então deve ser usado um garfo para soltar a farinha e deixar o cuscuz bem leve. Se preciso, deve-se acertar o sal.
Numa frigideira, torre os castanhas de caju e as lascas de amêndoas até que fiquem escurinhas.
Misture todos os ingredientes da receita e acrescente um fio de azeite para equilibrar. Isso também vai facilitar na montagem do prato individual, caso queira usar um aro para servir uma porção bem bonita.
Harmonização: Vinho Virtude, Chardonnay, 2012, Vinícola Salton – Leve, aromático, delicado.
PS: Claro que a personagem sobre a qual se fala no texto sou eu. Mas quis fazer uma graça e escrever diferente hoje.
PS 2: Clarice e Meire, da próxima que a gente combinar, elaborarei um outro menu. Espero vocês em qualquer tempo!
Ai… que vontade. Vou fazer o cuzcuz marroquino, agora que aprendi. Bjs
Existe nos segredos da gastronomia algum prato chamado remorso? Lendo seu Blog fiquei pior ainda, primeiro por não poder saborear este almoço e segundo por não ter avisado, por mais que você dentro de toda sua elegância tenha justificado nossa falta gravíssima. Mas o que me conforta é que você sabe exatamente como são as coisas aqui e que com certeza vamos em outra ocasião poder desfrutar das suas maravilhas gastronômicas. OBRIGADA
Ah Clarice, querida. Sem essa de reremorso. A gente se conhece, se gosta e logo a gente marca outro almocinho. E não vai ter eventos pra atrapalhar. Bjs mil.