Qual é o doce que todo brasileiro gosta, não pode faltar nas festas de aniversário, batizado e casamento e supre aquela vontadezinha que surge de doce no meio dia como nenhum outro?
Não é dificil a resposta: brigadeiro, oras!
O docinho é tão aclamado que quase todo mundo sabe fazer. Ele é o preferido das meninas-moças que, quando se juntam na casa de uma das amigas da turma quase sempre é comido de colher. Quem é que quer esperar esfriar e enrolar para comer depois afinal? Isso já ocorria quando eu era menina e aconteceu com todas as minhas sobrinhas. É líquido e certo.
Nos últimos tempos, em que tudo é gourmet, brigadeiro também se tornou requintado. Deixou de ser feito com nescau ou toddy e margarina e as receitas agora são com chocolate do padre e manteiga. O resultado não é o mesmo, evidente. A qualidade do ingrediente reflete diretamente no resultado do produto, quanto a isso não há dúvida.
Tenho tanta história de brigadeiro pra contar que precisaria de um livro se me arriscasse a dizer detalhes. Então queria propor uma brincadeira, do tipo concurso. Quem tiver uma história boa sobre brigadeiro pra contar, manda e eu publico. Quem sabe a gente não consegue tantas que vira um livro? rsrs
Só de memória breve, me lembro de um aniversário da Giovana que a Cris, minha irmã e mãe dela, fez brigadeiros que ficaram tão duros, tão duros, que só puderam ser chupados como porque viraram balas daquelas mais que puxa-puxa ou quebra-dente. O sabor sempre é bom. Como diria o cunhado de uma grande amiga minha, o Carlinhos, com todo aquele jeito interiorano e amável que ele tem, “também como é que não vai ficar bom? Tem leite condensado, tem chocolate, tem manteiga… “
É isso mesmo, como é que não vai ficar bom?
Outro nome para o brigadeiro
No sul do Brasil, o brigadeiro é chamado de negrinho. Diz a lenda, segundo pesquisa, que o nome brigadeiro surgiu nos anos 40, em tempos de campanha eleitoral, em homenagem ao então candidato o Brigadeiro Eduardo Gomes, um militar que queria ser presidente da república. Um grupo de fãs do candidato em São Paulo criou um doce feito de leite, açúcar, ovos, manteiga e chocolate, o negrinho, que era vendido a fim de ajudar a arrecadar fundos para a campanha. Dá para imaginar quantos doces teriam que ser vendidos para arrecadar dinheiro para as propagandas eleitorais atuais? As doceiras teriam trabalho em fim!
Para concluir a história do batismo do negrinho como brigadeiro, isso aconteceu porque os demais candidatos começaram a fazer graça com o concorrente e dizer que as pessoas iam comer o “docinho do brigadeiro”. Embora o militar não tenha vencido a eleição, o doce ganhou o nome de brigadeiro. Alta patente merecida na hierarquia das guloseimas, vale dizer.
Brigadeiro de quê?
Doce bem brasileiro, o brigadeiro tem hoje uma família grande. São seus parentes os beijinhos de coco, os cajuzinhos de amendoim, um tanto fora de moda atualmente, o bicho-de-pé (que é cor de rosa, feito com gelatina) e toda sorte de sabores como café, capuccino, paçoquinha, milho, chá verde, capim santo, pistache, queijo e dá-lhe mais de 70 invenções. Como requer um preparo simples, a criatividade comanda a variedade existente e sempre tem alguém inventando uma nova combinação e conseguindo um sabor diferente.
Além disso, o brigadeiro também tem as variações quanto à textura e ao ponto de cozimento. Há quem prefira mais macio, outros que o doce esteja enrugado, ou seja, com mais com “pelotinhos”. Assim como, tem os que gostam mais molinho para comer de colher e os que preferem enrolados mesmo. O doce também é usado em cobertura de bolos e tortas ou como recheio em diversas sobremesas. Não tem muito erro.
O modo de fazer não difere muito quando se trata de levá-lo pra panela, mas a receita já foi super bem adaptada para o microondas.
Como qualquer preparo, o brigadeiro, embora fácil, tem lá seus segredinhos. Conforme a gente vai fazendo, repetindo a receita, ganhando experiência, descobre o ponto certinho, o tipo de panela mais adequado, quando aumenta ou diminue o fogo e se já pode interromper o cozimento ou não. Ainda tem aquelas coisas que nem dá pra ensinar, porque a gente sente e só. O cheiro do ponto, por exemplo. É algo parecido com o cheiro da comida com sal ou insossa. Há quem saiba se já foi posto sal na comida, sem olhar pra ela e sem experimentar também, só pelo odor.
Muito bem. Como hoje é domingo, a chuva deu o ar da graça lá fora, graças a Deus (espero que chova a semana inteira sem parar e na cabeceira da represa), vou parar por aqui, deixando o convite para que você me mande a sua história de brigadeiro. Pode ter foto também, se quiser. Prometo que vou olhar tudo com carinho e publicar bem bonitinho.
Outras muitas delicadezas para transformar o brigadeiro em um doce gourmet poderiam ser contadas aqui. Mas eu só faço isso, se receber, no mínimo 10 histórias. Combinado?
Por enquanto, divido só a receita que faço desde criança.
Receita básica de brigadeiro
Ingredientes
1 lata de leite condensado
1 colher de sopa de manteiga ou margarina
4 colheres de chocolate em pó ou achocolatado
Modo de fazer
Leve todos os ingredientes para o fogo, mexa sempre até desprender do fundo da panela. Despeje o conteúdo em prato untado com manteiga ou margarina. Deixe esfriar e enrole em formato de bolinhas. Passe pelo chocolate granulado e ponha em forminhas para servir.
Que a nossa semana seja doce e alegre!