Clube das Comadres
Parece sofisticado, SQN!
Risoto não precisa de ocasião especial para ser servido. É comfort food, ou seja, “aquele prato que nos remete às boas lembranças, seja ela da infância ou de uma época boa das nossas vidas”, numa definição de Mauricio Barufaldi na sua publicação no Diário de Marília, em setembro de 2014.
Já na coluna de Hospitalidade e Gastronomia do Clube das Comadres , você verá como é simples sem deixar de ser delicado o preparo de um risoto de peras com queijo
gorgonzola.
Saiba como o desafio de cozinhar com os ingredientes que têm à mão pode ser vencido triunfalmente!!
Risoto de Peras com Gorgonzola
Sabe aqueles dias que a preguiça bate e a ida ao supermercado vai sendo adiada, adiada, até que não nos resta mais o que fazer a não ser usar toda a criatividade para fazer uma comidinha bem gostosa?
Pois bem, essa era a minha única saída quando comecei a fazer o almoço de hoje. Depois o Silas me ligou dizendo que estava vindo pra casa e que iria comprar carne para fazer no grill. Se eu tivesse começado a fazer a comida com essa perspectiva esse texto teria outro “era uma vez…”.
O desafio culinário de hoje foi fazer um risoto, sem ter em casa o itens que costumo usar para dar aquele toque generoso de sabor ao prato. Gosto de fazer risoto de camarão, bacalhau, carne seca desfiada com abóbora, cogumelos ou funghi secchi, abobrinha com queijo brie, aspargos, damascos, nozes, palmito, manga e, dependo do dia, vou ao mercado para comprar especificamente o ingrediente que pretendo usar no preparo.
Fora isso nunca pode faltar um bom caldo, manteiga sem sal, cebola, vinho branco e arroz carnaroli ou arbóreo e queijo parmesão.
Entre os itens básicos do preparo, a manteiga que eu tinha era com sal, o caldo improvisei com um cubinho e não tinha parmesão. Que fazer? Mudar o prato seria uma opção, mas nada que estava à minha vista ia além de peras, maçãs e queijo gorgonzola. Fazer um macarrão com essas frutas não me pareceu boa opção.
Por fim, decidi.
Receita de risoto
Ingredientes
Base
1/2 cebola média picada em cubos
1 colher de manteiga
1 dente de alho amassado
1 xícara (chá) de arroz arbório
30 ml cálice de vinho branco
600 ml de caldo de legumes ou de frango ferventes
sal e pimenta do reino o quanto baste
Sabor
2 peras picadas em cubos médios
120 gramas de queijo gorgonzola em pedaços
Modo de preparo
Numa panela, em fogo médio, refogue a cebola em metade da manteiga. Quando estiver transparente, junte o alho amassado e deixe fritar até exalar um perfume característico, mas sem deixar escurecer. Junte o arroz arbório e logo em seguida o vinho branco. Antes que seque completamente acrescente cerca de 200 ml do caldo e mexa bem para que o arroz comece a soltar o amido e ficar cremoso.
Conforme o líquido for secando, acrescente mais caldo e mexa com cuidado para continuar o processo da liberação da cremosidade do arroz. Quando já tiver colocado quase todo o caldo, antes que o líquido seque, prove para ver se está al dente (macio por fora e um pouco durinho por dentro). Acrescente o restante do caldo, desligue a chama do fogão e acrescente a pera e o queijo gorgonzola. Misture com cuidado. Ponha o restante da manteiga para dar brilho e tampe a panela por dois minutos.
Sirva em seguida.
Há um dito popular na Itália que diz: “Todos esperam pelo risoto. O risoto não espera ninguém”. Isso é uma sabedoria!
Dicas:
- Servir o risoto frio faz desse prato um quase fracasso. Nem tente!
- Para evitar que as peras escureçam depois de picadas, coloque numa vasilha com água e meio limão espremido.
O menu do almoço aqui de casa hoje não se limitou ao risoto, embora ele fosse suficiente porque é um prato bem completo: carboidratos, proteínas e vitaminas.
Teve também um filé mignon feito no grill, temperado só com sal e pimenta. Para dar cor, fiz ainda uma guarnição: vagem e cenoura salteadas no azeite com alho e sal.
Mesmo sendo um dia de semana, sem comemorações aparentes, hoje, como nos demais dias em que estamos juntos, Silas e eu, e agora que a Bruna está conosco por mais uma temporada, pus a mesa com carinho. Escolhi os pratos azuis e amarelos que ganhei da Paula há muitos anos, o jogo americano listrado, colorido e bem informal e os copos do dia-a-dia para vinho e água.
Eu disse sem comemorações aparentes. Mas sempre há o que comemorar. Estamos juntos, temos saúde, uma casa cheia de amor, ingredientes suficientes e criatividade para cozinhar e, a cada dia, um pouco mais de sabedoria para lidar com as coisas chatas do cotidiano.
Comemoremos a vida!