Este ano de 2014 tem sido muito atípico. Janeiro começou quente e sem chuva ao contrário do que sempre acontece aqui pela região sudeste. Assim permaneceu o tempo durante todos os demais meses com alguma variação, claro. Mas puxando aqui os dias pela memória, no período da Copa do Mundo estava bem quente também. Nada de casacos pesados e cobertores muito quentes. Tudo mais ou menos para meia estação.
Entretanto a primavera chega em setembro e com ela aquela vontade de ser verão. As árvores florescem, deixando tudo mais colorido nas cidades. O sol passa a nascer mais cedo e se vai mais tarde, por isso já é regra que na noite do terceiro sábado para domingo do mês de outubro aumentamos uma hora no relógio. Começa o horário de verão que vai até o terceiro fim de semana de fevereiro do ano seguinte.
Junto com isso, vem aquela disposição de comer de um jeito mais saudável. Aquela permissividade que a gente tem no inverno de ingerir mais calorias para ficar quentinho dá espaço para uma vontade de alimentos crus e refrescantes. Essa é a hora das saladas, entradinhas leves com terrines, patês e dos grelhados para os que nunca dispensam carnes ou peixes.
Já faz muito tempo que as saladas se tornaram queridinhas das pessoas, principalmente, porque quase todo mundo quer ficar magrinho e bonito como nos impõem os padrões de beleza que nos são bombardeados todos os dias nas mais diversas mídias e publicidades. Independentemente disso, já vai longe o tempo que as saladas eram sinômimo de comidas sem gosto ou difíceis de comer.
Eu sou uma comilona declarada, mas adoro salada. Por isso, desenvolvi várias combinações juntando algumas informações importantes que aprendi com o tempo e a reeducação alimentar que fiz com uma profissional maravilhosa lá de Itu, a dra. Roberta Cassani, há cerca de 10 anos.
Um prato saudável não significa que terá elementos sem sabor, muito ao contrário.
A partir de hoje e em algumas edições do blog vou me dedicar às saladas. Minha proposta é que, conforme forem sendo apresentadas as receitas e as combinações, alguns conceitos sobre como funcionam determinados alimentos no nosso organismo serão também mencionados. Espero que gostem.
Para desmistificar o mundo maravilhoso da comida saudável com sabor, começaremos com vegetais que normalmente são muito facilmente encontrados nos supermercados, sacolões e em quitandas. Assim não tem desculpa para não tentar. O resultado pode ser supreendentemente bom.
Para os que são veementemente contrários às folhas verdes, aos legumes crus e às oleaginosas sugiro tentar, quem sabe dá certo?
Salada para iniciar
Importante: A porção de salada sugerida serve como uma refeição completa prescindindo de outros acompanhamentos. As medidas são caseiras para facilitar.
Ingredientes
– 1 pires de rúcula
– 1 pires de alface crespa
– 1 colher (chá) cenoura ralada
– 1/2 tomate fatiado em meias rodelas ou gomos
– 1 castanha do pará picada em lascas
– 1/2 pires de manga fatiada em julienne
– 1 colher de ricota temperada ou chancliche
– 1 colher de azeite extravirgem
– 1 colher de aceto balsâmico ou suco de meio limão
– sal e pimenta do reino
Montagem
Faça uma caminha com as folhas verdes, por cima distribua a cenoura ralada. Monte os tomates e os pedaços de manga nas laterais. Polvilhe a castanha do pará e a ricota temperada. Tempere com azeite, aceto, sal e pimenta do reino.
Nessa salada estão presentes fibras (folhas verdes), vitaminas (manga, tomate, cenoura), proteína (ricota) e selênio (castanha). O azeite extravirgem ajuda a reduzir o colesterol ruim (LDL) do organismo. Os elementos combinados dão saciedade suficiente para que a próxima refeição seja feita em 2 horas e meia ou 3 horas, ou seja, junto com a salada iniciante, iniciam-se também as refeições frugais a cada 3 horas. Isso é saúde!
Outras dicas e sugestões
Monte a salada em porções individuais. Se possível, use uma louça bonita, de preferência a mais elegante que tiver. Caso não tenha, use o que tem, mas monte a mesa completa, mesmo que seja só pra você. Faça da mesma forma com os talheres, copos e guardanapos. Por quê? Porque o momento de fazer uma refeição deve ser agradável. A gente não come só com a boca e para encher o estômago. Comer é um ritual que pode ser maravilhosamente bem aproveitado. Afinal, quem é mais importante que você para merecer uma mesa arrumadinha e uma refeição bem preparada? Costumamos dar mais valor às visitas do que a nós mesmos. Manter itens especiais para dias especiais é bem legal, mas já pensou que hoje pode ser um dia muito especial porque você está com você?
Pense também na possíbilidade de comprar um ou dois pratos diferentes, talvez coloridos com alguma estampa mais arrojada, um xadrez, um folhagem, se lá! O que você gostar. Eu tenho todo um jogo de pratos rasos, fundos e de sobremesa comprados separadamente, um trio de cada vez. Até juntá-los, fiz assim: a cada mês eu comprava um de cada da mesma estampa, no mês seguinte mudava para outra padronagem. De modo que não pesou no orçamento conforme fui comprando. Quando recebo vários amigos e não tenho louça igual para todos, lanço mão dessa estratégia: sirvo em pratos totalmente desparceirados. Eles são bonitos individualmente e cada convidado fica com um diferente. É até lúdico.
Eu penso que mudar a louça ou usar um jogo americano diferente à mesa, muda também o astral da refeição. Dá mais sabor, alegra a mesa e a vida. Tudo de bom!