Depois de uma sexta-feira de muito calor e despedidas de pessoas muito queridas como Ian, Pablo e Julia, cada um seguindo seu caminho, seja voltando de férias para casa ou indo para mais uma etapa delas, fui para a faculdade e assunto é que não faltava entre os colegas.
Entre os hot topics, estava o episódio que vivemos juntos, Talita, Fernandes, Sandro e eu, na quinta-feira ao sair da aula de Técnicas de Cozinha. Estávamos no carro, eles de carona comigo, e em plena Marginal Pinheiros o meu veículo foi perdendo potência e parou de funcionar: pane seca! Foi uma loucura. Acho que poucas vezes na vida estive diante de uma situação tão estressante.
Ficamos mais de meia hora em pé em cima da muretinha ao lado do muro da raia da USP, aguardando o Silas chegar com um galão de gasolina. Isso porque nessas horas ficar dentro do carro é ainda muito mais perigoso porque pode vir um veículo em alta velocidade e atropelar o carro parado.
Enquanto estivemos ali, a polícia parou. Desceram dois policiais com armas bem assustadoras em punho e vieram na nossa direção. Não para ajudar, mas para tirar satisfação. Especialmente porque não parece ser responsabilidade da polícia a segurança pública nessa cidade e nesse estado. Lamentável! A atitude dos policiais foi preconceituosa, uma vez que nosso colega Fernandes é negro. É melhor eu nem me deter nesse episódio para não sentir ainda mais raiva diante da “proteção” que temos com nossos policiais numa situação crítica como essa. Mas tudo pode piorar. Quando eu disse ao policial que estava com medo de ficar ali e que precisava de ajuda, ele me disse:
– A senhora tem seguro do veículo? Ligue para o seu seguro para vir guinchar o seu carro.
Ao que eu respondi:
– Sim, posso ligar, mas os senhores me dão proteção até que o seguro chegue.
Ele respondeu:
– Nós estamos com um preso na viatura e não temos como ajudar. Isso é ainda mais perigoso do que ficar aqui esperando o resgate. É melhor saír do carro e chamar o seguro.
E foram embora!
Logo que o carro parou e identificamos que por falha do marcador o nosso problema era falta de combustível, o Sandro heroicamente saiu cominhando pela Marginal para buscar gasolina. Isso fez dele, diga-se de passagem com muita justiça, um dos protagonistas da história que vivemos juntos.
Contar para os colegas de forma engraçada no dia seguinte, faz com que a gente entenda que ultrapassou a barreira do coleguismo com algumas pessoas e que agora nos transformamos em amigos. Como disse o Sandro, essa é uma história que vamos levar para sempre da nossa trajetória juntos na faculdade. Agradeço muito aos três: Tali, Fernandes e Sandro, vocês foram demais, obrigada!
Outro assunto era a prova da Higiene, cuja melhor nota da sala foi do Fernandes, que recebeu aplausos de todos os colegas de sala. Parabéns, querido!
Aula reservada para revisão de prova significa chegar cedo em casa e isso me deu a ideia de preparar um croque monseir para lancharmos, Silas e eu. Eu fiz adaptações na receita, usando ingredientes que tinha em casa, mas o resultado deu certo.
Croque Monsier é um nome francês dado ao sanduíche de queijo e presunto quentes cujo pão “estala nos dentes” (faz croc! quando é mordido). A tradução de monsier é senhor. Assim… é o senhor sanduíche de presunto e queijo crocante. Também existe o croque madame, mas esse fica para outra ocasião, mas só pra não haver confusão, o madame leva ovo frito com a gema mole. Outra delícia dos franceses, ah! como sabem fazer comida…
Vou dividir a receita.
Croque Monsier
Ingredientes
1 ovo inteiro
2 colheres de creme de ricota
noz moscada
sal e pimenta do reino
6 fatias de pão de forma integral ou de grãos
3 fatias de presunto
3 fatias de muçarela
50 gramas de queijo gruyere ralado
2 colheres de ricota defumada picante ralada
Modo de fazer
Bata o ovo inteiro com o creme de ricota. Tempere com sal, pimenta do reino e noz moscada.
Numa assadeira de bolo inglês untada com manteiga, coloque três fatias de pão e regue-as com a mistura recém-preparada do ovo e do creme de ricota. Coloque as fatias de presunto e muçarela uma sobre cada fatia de pão. Por cima ponha o queijo gruyere (eu pus também tomates cereja – só uma adaptaçãozinha básica). Cubra com as demais fatias de pão e regue o restante do creme, de modo a umidecê-las também. Cubra com a ricota ralada e leve ao forno pré-aquecido até que os queijos se derretam completamente e o pão fique crocante.
Uma observação importante a ser feita é que a ricota e o tomate não existem na receita original. E eu usei queijo gouda e um pouco de gorgonzola, no lugar do gruyere, mas deu certo. Ficou bom.
Hoje pela manhã, o que sobrou virou meu breakfast, bem no estilo francês. Gostoso demais!
Desejo um ótimo fim de semana a todos e aproveito para dizer que tenham muito cuidado com o abastecimento de combustível em seus veículos. Pode ser muito arriscado parar na via pública por falta de gasolina. E além de tudo, isso é passível de multa prevista na legislação de trânsito.
Em tempo: reduza racionalmente o quanto puder o consumo de água, ela está acabando.
Aposto que se vcs tivessem um Croque Monsieur desses antes, delicioso e com essa cara bacana, para oferecer aos nossos policiais eles "teriam dado um jeitinho" de cuidar de vocês! Bendito Sandro!! Bjs
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É, Lu, mas naquela hora de chef só a roupa. Eu não tinha trocado quando saí da cozinha. Aí fiquei lá, de pé na mureta, vestidinha de chef. Pode? Bendito Sandro, meixmo! Bjs pra vc.