Recepção: Chegamos ao local pouco antes do horário reservado (20h30). Fomos recebidos por uma recepcionista que logo verificou a situação da reserva. Aguardamos por apenas alguns segundos no hall de entrada e um garçom nos levou até uma simpática mesa para duas pessoas, ao fundo do salão, próxima à parede.
Ambiente: A Vinheria Percussi, como eu já esperava, é um lugar elegante. A iluminação é agradável, as cadeiras confortáveis, não havia corrente de ar onde nos sentamos e a decoração é de bom gosto. Na parede na qual a nossa mesa estava encostada havia um quadro com características modernas que eu gostaria muito de ter na minha sala, embora sua dimensão talvez fosse um impeditivo ainda que eu tenha uma sala bem grande. Dada a semana em que estivemos no restaurante, dias de casa muito cheia, havia mais barulho que o limite do agradável. Fato que atribuo ao comportamento humano e não propriamente à indumentária ou acústica do local. O enxoval branco composto de toalha e cobre-manchas estava limpo e bem passado, cobrindo mesas de madeira, ora quadradas, ora redondas, dependo de sua posição no salão.
Se fosse dar uma nota ao ambiente, pelo conforto e a leveza, apesar da classe e da elegância, eu daria 8 ou 8,5, o que poderia ser mais se não fosse o barulho.
Utensílios: louça branca, copos de água coloridos, talheres de boa qualidade (garfos e facas grandes e ergonômicos para o comensal), copos de vinho lisos sem cores.
Cardápio:
Uma extensa lista de massas e molhos chamam a atenção, mas vou me ater ao Cardápio especial para 14a. RWSP : (ao preço de R$ 49,90)
Opções de entrada:
Salada de três cereais com bacalhau desfiado
Opções de prato principal:
Ravióli de abóbora com barreado paranaense
Opções de sobremesa:
Milfolhas de doce de leite
Exceto na sobremesa, meu marido e eu, escolhemos opções alternadas de modo que pudemos provar tudo o que a casa oferecia nesses pratos especialmente feitos para essa edição do evento.
De entrada, eu fiquei com a salada de bacalhau e cereais, que me pareceu muito mais um risotinho frio, dada a quantidade de arroz preponderante para uma salada equilibrada.
A quiche do Silas estava mais caprichada e chegava a derreter na boca.
Quanto aos pratos principais, o dele foi a massa com o barreado e o meu o purê de cará com frango. Digo frango porque a carne vem desfiada e não foi possível reconhecer a diferença para um galeto. A massa com o barreado estava impecáveis. A carne bem cozida e apurada no molho bem temperado e os raviolis tenros e no ponto. O sabor do barreado não chegava a ser forte e acentuado no tempero como o que é servido em Morretes no Paraná (o que nos agradou, devo confessar).
Ambos os pratos foram muito bem apresentados. Ao chegarem nossos sentidos foram estimulados, porque além de bonitos e bem distribuídos na louça branca, exalavam aromas agradáveis, dada a temperatura em que foram servidos.
Quanto à sobremesa, nada muito além de um nome bonito e chamativo para uma sobremesa sem grandes atrativos. Nós dois escolhemos a “refrescante espuma de mangas frescas”, que não nos surpreendeu nem pelo sabor, nem pela apresentação, nem pelo frescor. A combinação de sabores também deixou a desejar. Eu não repetiria o pedido.
Uma observação importante: Os pratos do RWSP não necessariamente estão presentes nos cardápios dos restaurantes que participam do evento como uma opção entre as demais. Eles são opções de produções pensadas para atender a demanda de pessoas que nem sempre poderiam pagar os preços exorbitantes cobrados em restaurantes renomados.
Apesar de não ser uma regra, a impressão que fica para quem frequenta restaurantes, mas quer aproveitar a chance do evento para conhecer algumas casas de valores não muito acessíveis, é de que os pratos planejados para esse menu especial são feitos com produtos mais baratos. O que não significa que não tenham sido cuidados com carinho pelos chefs que os criaram, mas, possivelmente foram pensados a partir de itens mais em conta, como carne de músculo e frango, e não filé mignon ou codorna.
Tudo isso para dizer que é um fato que para quem vai a esse tipo de evento não terá a mesma impressão da comida e do atendimento do determinado restaurante que teria em dias normais, digo, fora da Restaurant Week.
O mesmo ocorre com a bebida. Embora o restaurante disponibilize a carta de vinhos, oferece, quase que via de regra, uma opção de vinho que possa ser consumido por clientes menos endinheirados.
Bebida: Num restaurante como a Vinheria Percussi que oferece uma carta de vinhos sofisticados com preços bastante altos, a sugestão do vinho italiano harmonizado com o prato do menu foi bem feita. Uma oferta delicada que não deixou devendo. Certamente, a casa não teve prejuízo, especialmente porque diante dessa oportunidade, o sommelier ofereceu um rótulo para quem não entende do assunto e não tem um paladar muito sofisticado. O que pareceu uma grande sugestão, claro.
Atendimento: O atendimento foi cortês, garçons e comins cumpriram devidamente suas tarefas, apesar da casa cheia. Lá pela 21h15, todas as mesas do salão estavam tomadas (e os pratos eram quase sempre os mesmos, o que corrobora o que eu escrevi antes sobre se tratar de um período especial nos restaurantes que fazem parte do evento).
Tempo de permanência: Ficamos no restaurante durante cerca de uma hora e 45 minutos.
Estacionamento: Não usamos, mas é disponível com serviço de manobrista.
Foi uma noite agradável, sem surpresas indesejáveis. O serviço foi satisfatório e voltamos bem alimentados para casa.
Para uma análise mais detalhada, voltaremos um dia fora da Restaurant Week. Se você for, conte-me a sua experiência. Esse espaço está aberto para isso!
Um beijo com carinho. Vou inventar logo, logo, um novo aniversário de alguma coisa para comemorar em outro restaurante bacana. Tchau!