Ao longo da história dos regimes monárquicos no mundo todo, uma cena muito marcante é a dos banquetes requintados, com farta oferta de comidas e bebidas. Comer e beber nessas ocasiões ia além do nutrir, tinha uma simbologia de status, riqueza, poder e domínio.
A rainha Elisabeth II mantém, atualmente, o hábito/ritual de bebericar seu gin antes do almoço, como aperitivo e, durante a refeição, prefere uma taça de vinho. Também adora o coquetel dry martini. Já uma variação desse coquetel, o gibson (no qual vai uma cebolinha em conserva no lugar da azeitona), era o coquetel preferido de Alma Wheatley, na série O gambito da rainha.
Há também a história de uma rainha que emprestou seu codinome a um coquetel: o bloody mary!
Mistura de suco de tomate temperado e vodka, sua cor vermelha acabou remetendo a sangue, e os norte americanos logo o batizaram de blood mary (Maria, a sanguinária), referência a rainha da Inglaterra Mary I, que em certo momento de sua história, travou uma caçada sangrenta aos protestantes no século XVI, num período de imposição católica.
Uma outra passagem curiosa, está relacionada a Cleópatra, conhecida como rainha do Nilo: há a história de uma aposta feita entre ela e o general romano, Marco Antônio, que a desafiou oferecer o jantar mais caro de toda a história. Muito esperta, ela decidiu preparar um coquetel inusitado, dissolvendo a maior pérola do mundo no vinagre e serviu a bebida a ele. Como a pérola valia 10 milhões de sestércios, moeda local da época, a rainha venceu a aposta!
Mas o título desse texto foi pensado para eu escrever sobre uma rainha em especial, que nem álcool consumia! Seu “reinado” começou quando ela apareceu em casa no ano passado, época da reprise da novela Fina Estampa, e minha filha a batizou de Rainha (do Nilo, apelido da personagem Cristiane Torlone).
Uma gata batizada em referência a Cleópatra, nos deixou há duas semanas. Ela não bebia dry martini, blood mary ou coquetel de pérola com vinagre! Sua bebida preferida era água, de variadas fontes: do potinho dos gatos, dos vasos de plantas, da bacia da tartaruga e das poças no chão quando a chuva passava.
Fosse eu colunista num site de astrofísica, eu daria um jeito de enfiar um texto sobre a Rainha na minha coluna, pois ela merece todas as homenagens!
Somos gratos por ela nos ter embriagado de amor, carinho e indiferença nesses 13 meses conosco! Queríamos que ela tivesse a longevidade da rainha Elisabeth II, mas ela foi breve, porém intensa!
Iremos brindar a ela até com um copo de água, pois ela merece!
VIDA LONGA A RAINHA!