Que o consumo de vinhos aumentou durante a pandemia, a gente já sabia. Alguns números divulgados recentemente detalham o tamanho e natureza desse aumento.
Mais vinho na mesa do brasileiro
Segundo estudo divulgado pela plataforma CupomValido.com.br, a média de vinho consumido no Brasil foi de 2,78 litros de vinho per capita, o que representa um aumento de mais de 30% em comparação a 2019. O estudo reúne dados da Abras, Ideal e Statista, sobre o consumo de vinho no Brasil e no mundo.
Números parecidos foram obtidos pela plataforma Search, da LogComex. Segundo a empresa, especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a cadeia de comércio exterior, a importação de vinhos de 2019 para 2020 teve um aumento de 78% em volume. As pesquisas da empresa também apontam aumento no consumo dos brasileiros, de 1,8 litros per capita e em 2020 subiu para 2,37 litros.
O brasileiro nunca antes bebeu tanto vinho
O consumo total foi de 501 milhões de litros (contra 383 milhões no ano anterior), um valor nunca atingido na história. Ao considerar todos os países da América Latina, o Brasil ficou só atrás da Argentina.
Do total de 83 milhões de consumidores de vinho no Brasil, 46% tomam vinho pelo menos uma vez por semana, e 53% pelo menos uma vez por mês.
Os vinhos queridinhos dos brasileiros
Apesar do nosso clima, mais propício a brancos e espumantes – estes últimos, por sinal, com ótima produção nacional a preços imbatíveis, o vinho tinto ainda é o preferido dos brasileiros, com 55% da preferência. Entre eles, Malbecs – especialidade do vizinho – e Cabernet Sauvignon disputam o topo das preferências. Interessante notar que as uvas mais plantadas e populares do mundo – Merlot e Cabernet Sauvignon – não foram as mais citadas pelos pesquisados. Esse provavelmente é um reflexo da facilidade de acesso a vinhos bons e baratos elaborados a partir da uva Malbec.
O vinho branco fica em segundo lugar na preferência do consumidor nacional, com 25% – menos da metade da preferência demonstrada pelos tintos. A rainha aqui é a Chardonnay, uva branca mais popular e plantada do mundo. Versátil, reflete o terroir e a mão do vinhateiro como nenhuma outra. Sauvignon Blanc e Moscato seguem na segunda e terceira posição, respectivamente.
Um consumidor versátil e aberto
Mais de 70% dos entrevistados mostrou-se disposto a experimentar novos tipos vinhos, não ficando presos a uma única marca ou uva. Este cenário é excelente para incentivar o produtor nacional, geralmente menor e menos competitivo que os gigantes chilenos e argentinos que inundam nosso mercado. Esse é um comportamento interessante considerando que a maioria dos consumidores (59%) tem mais de 35 anos. Além disso, 30% dos consumidores desta bebida, utilizam os canais digitais, como portais ou lojas online para comprar vinhos.
Vinhos nacionais versus importados
Segundo a pesquisa, no Brasil, 69% do total de vinho consumido é nacional, contra 31% importado. Esse claramente é um reflexo da alta do dólar nos últimos 12 meses mas também nota-se uma curiosidade e predileção pelo produto de boutique nacional nas faixas de preço mais altas.
Já os dados da plataforma Search, da LogComex, empresa especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a cadeia de comércio exterior, indicam que de 2019 para 2020 houve um aumento de 78% no volume importado do produto pelo país.
Déco Rossi, sommelier e sócio da Winet, plataforma de venda de vinhos via internet, informa que de 2019 para 2020, o número de importações de vinho aumentou 15%, e de 2020 para 2021 o aumento foi de 33%. “E esse acréscimo no consumo aconteceu mesmo com o dólar estando 42% mais alto do que no início do ano passado”, pondera.
Os vinhos importados pelo Brasil vêm majoritariamente do Chile – 42%. Seguido por vinhos importados da Argentina e Portugal, com 16% e 15%, respectivamente.
O estado brasileiro que mais importou vinho, foi a Santa Catarina, com 30% da importação total. Seguindo por São Paulo em segundo, e Espírito Santo em terceiro.
Cenário mundial do consumo de vinho
O vinho mais vendido do mundo é o da marca Barefoot dos Estados Unidos. O segundo mais vendido é a Concha y Toro do Chile. E a marca Gallo, também dos Estados Unidos, segue em terceira posição.
Os Estados Unidos é o país que mais consome vinho do mundo, no total são mais de 33 milhões de hectolitros por ano, ou 13% do consumo mundial. A França e Itália seguem em segunda e terceira posição, respectivamente.
Levando em consideração o consumo per capita, a ordem muda, e a França segue na liderança, seguido por Portugal na segunda posição.
Fontes:
Compilação feita por Cupom Válido com dados da Abras, Ideal e Statista LogComex – Carolina Lara Assessoria