Periquita é o nome de um vinho português muito popular no Brasil e em Portugal. Tão popular que rebatizou a Castelão, uma das variedades de uva que o compõe e é símbolo na região da Península de Setúbal, juntamente com o típico Moscatel.
A história do vinho Periquita se entrelaça com a história do vinho de Portugal
Hoje uma espécie de embaixador de Portugal, a história do vinho Periquita começou bem antes de 1850, ano em que se considera que passou a ser comercializado (a exata data inicial é desconhecida, mas sabe-se que em 1850 o vinho já existia. A data foi adotada como registro oficial para incício da comercialização).
Tudo começou um pouco antes, em 1834, quando José Maria da Fonseca fundou em Vila Nogueira de Azeitão a empresa que recebeu seu nome. Alguns anos mais tarde, em 1846, José Maria tráz de Ribatejo mudas da uva Castelão e as planta nas recém adquiridas terras da Cova da Periquita, também em Azeitão.
A nova variedade prospera nos solos arenosos da região. O vinho da Cova da Periquita ganha fama e leva os viticultores vizinhos a pedirem mudas da “periquita” a José Maria, para serem plantadas em suas respectivas propriedades.
Castelão – Da Cova da Periquita para toda a Pensínsula de Setúbal
A variedade de uva Castelão está disseminada por todo o país, mas foi nos solos arenosos da Península de Setúbal que demosntrou seu lado mais vínico.
É uma casta rústica, de acidez e taninos marcados. O manejo do vinhedo exige talento, assim como o manejo em bodega. Em mãos incautas, pode gerar vinhos ásperos, magros, alcóolicos, tânicos e excessimente ácidos.
São justamente essas arestas que, quando bem trabalhadas, originam os vinhos intensos e profundos valorizados atualmente. Vinhos que envelhecem com elegância por anos, tendo seus taninos arredondados e sua acidez tranquilizada.
Os vinhos tintos da região podem ser produzidos sob a IG Vinhos da Península de Setúbal ou sob a DO Palmela (mínimo 67% de Castelão).
Moscatel – a variedade mais famosa da Península
Mas nem só de Periquita (ou Castelão ou Santarém ou Trincadeira – outros nomes pelos quais a variedade é também conhecida, numa irritante mania portuguesa de multiplicar as já mais de 200 castas autóctones e enlouquecer os enófilos) vive a Península de Setúbal.
Pelo contrário, o doce Moscatel de Setúbal já era apreciado por reis e imperadores muito antes de José Maria da Fonseca adquirir a Cova da Periquita.
Produzido nas versões branca, com a mais comum Moscatel de Aexandria, e tinta, com a peculiar Moscatel Roxa. Esse néctar doce é produzido com teor alcóolico inferior a um vinho do Porto e, por suas características florais e acidez, mostra-se leve e perfeito para acompanhar os típicos pastéis de Belém.
Os vinhos fortificados de Moscatel podem ser classificados sob a D.O. Moscatel de Setúbal.
Para conhecer os Vinhos da Península de Setúbal
Com a retomada das viagens internacionais e receptividade de Portugal aos brasileiros, um passeio pela região mostra-se muito atraente. Além da facilidade do idioma, a proximidade com a capital, Lisboa, facilita a logística para o turista.
A região conta com ótima estrutura receptiva, belas paisagens e fica a caminho das ensolaradas praias de Algarve no sul do país.
Tudo o que você precisa saber sobre os vinhos da Península de Setúbal