Agora que você já fez o investimento e adquiriu um moedor para ter a liberdade de comprar café em grãos, surge a dúvida: Como acertar a moagem para o preparo do café em casa?
A moagem é uma das diversas variáveis envolvidas no preparo do café e uma das mais importantes. Acertar a moagem correta pode ser um exercício extensivo de tentativa e erro, mas eu garanto que vale a pena!
Combinando Moagem e Método de Preparo
A primeira dica é compreender o método que você escolheu para preparar o seu café. E a lógica é bem simples: métodos de infusão – como a prensa francesa e a clever – precisam de uma moagem mais grossa porque a água permanece mais tempo em contato com o pó do café. Para evitar uma super extração, em geral optamos por uma moagem mais grossa. Algo como o açúcar cristal.
Já os métodos de filtragem comuns, como o Melitta, o Hario V60, a Kalita, vão exigir uma moagem que chamamos de média, como grãos de farinha de mandioca. Isso porque o café não fica em infusão e, portanto, a água passa mais rápido pela cama de pó. Se se a moagem estiver muito grossa o café não é extraído corretamente e você acaba com uma bebida sem graça na xícara.
A moagem mais fininha é aceita nos métodos de pressão. A velocidade de contato da água com o café causada pela pressão é muito grande e por isso o máximo de sabor deve ser extraído no mínimo de tempo. E a gente consegue isso afinando bastante o pó.
É claro que há exceções. O café turco, um método de infusão, é tradicionalmente preparado com uma moagem bem fininha. Mas digamos que isso acontece mais por tradição do que por técnica de extração.
Prove, prove. Prove sempre.
A segunda dica é provar sempre, prestando atenção. Se o café está sem graça, provavelmente a extração foi insuficiente e você pode resolver isso afinando a moagem. Agora, se o café ficou muito intenso, você pode aliviar a extração engrossando um pouco o pó. Viu como é fácil?
Finalmente, a última dica, é: não se frustre. Os moedores caseiros muitas vezes não são precisos e é normal que a gente precise fazer algumas tentativas até encontrar a moagem “ideal” para o nosso método favorito. E, mesmo quando a encontramos, é possível que um café diferente exija mais ou menos extração, dependendo do que tem para oferecer.
A beleza de tudo isso é que café é um ritual diário. Às vezes mais do que diário, porque podemos nos dispor a fazer café duas ou até três vezes ao dia, ainda mais agora, em tempos de pandemia. E, como café é uma ciência empírica, você pode testar diferentes moagens a cada preparo até encontrar uma para chamar de sua.
Créditos da Imagem: Kyle Glenn para Unsplash.com