Um mundo de possibilidades e histórias numa taça de vinho. Essa é a proposta para quem quiser se embrenhar no mundo dos Jereces e a hora é agora: de 2 a 8 de novembro acontece mundialmente a SHERRY WEEK 2020.
Denominação de origem
Uma denominação de origem histórica, como os vinhos do Porto, Chianti e Champagne, o Jerez teve seu auge nos anos 1990, quando as plantações alcançaram 23mil hectares e empregavam 12 mil pessoas. Hoje, com apenas 30% da área de vinhedos restando, a denominação de origem passa por reformulações e busca uma nova expansão.
Únicos. Surpreendentes. Amados ou odiados, mas ninguém fica indiferente. Conheça a seguir algumas das peculiaridades que tornam esses vinhos tão especiais e aproveite a Sherry Week.
Um vinho, muitos estilos
Jerez de La Frontera é só uma das cidades do “marco de Jerez” – a área demarcada que inclui ainda as cidades de Puerto de Santa Maria e Sanlúcar de Barrameda – onde podem ser “criados” e comercializados os vinhos Jerez-Xeréz-Cherry. São 3 nomes, para vários estilos: entre os estilos secos: FINO, MANZANILLA, AMONTILLADO, PALO CORTADO e OLOROSO. Entre os doces: PEDRO XIMÉNES e MOSCATEL. Ainda as combinações entre vinhos secos e doces: Pale Cream, Cream e Medium.
Crianza biológica x oxidativa
Todos os jereces secos são vinhos brancos, produzidos a partir da uva Palomino e fortificados. O estilo mais delicado – FINO e MANZANILLA – é amarelo pálido com aromas típicos a leveduras, referência ao tempo que passa sob uma capa de leveduras que o protege da oxidação. O teor alcóolico é próximo a 15% e a harmonização com frutos do mar e azeitonas, um clássico. Esse amadurecimento sob a capa de leveduras, seres vivos que interagem com o vinho durante todo o período, é chamada CRIANZA BIOLÓGICA.
No extremo oposto, o vinho amadurece sem a proteção das leveduras. O contato com o oxigênio – crianza oxidativa – confere ao vinho sua cor âmbar escura e aromas amendoados. A fortificação (adição de ácool) nesse estilo – o OLOROSO – é superior a 17%.
Entre o FINO e o OLOROSO, temos o AMONTILLADO. Um Jerez que nasce FINO e, em algum ponto do processo, é fortificado a 17% de álcool e segue para a CRIANZA OXIDATIVA. Reúne assim características dos dois estilos, podendo pender mais para um ou outro, conforme opção do produtor. A harmonização aqui já pede pratos mais gordos e com sabor forte, como anchovas e o famoso jamón ibérico.
Solera
Os vinhos de Jerez tradicionalmente não são safrados. Asim como whiskeys e champanhes, os vinhos que chegam ao mercado são uma mescla de várias safras. No caso de Jerez, a mescla se dá de forma sistemática, nas TABLAS E SOLERAS. Esse sistema garante que apenas parte do vinho “pronto” seja lançado no mercado a cada ano e parte seja preservada e misturada ao vinho de anos anteriores, num mecanismo também chamado in perpetum que objetiva garantir a consistência e estilo da casa, independente das condições climáticas de cada ano.
Doçura
Os estilos doces de Jereces são produzidos com as uvas Pedro Ximénes ou Moscatel, passificadas para concentração dos açúcares.
Programação
O Jereces são vinhos extremamente versáteis e surpreendentemente baratos, considerando a complexidade do processo de produção. A semana do Jerez é uma ótima oportunidade para conhecer e provar alguns (ou vários) estilos. Confira a programação completa de aulas, eventos, menus harmonizados e promoções aqui.