Pipoca é uma comida própria pra comer até acabar. Se comprar um saquinho no pipoqueiro em frente ao cinema, vai ser assim; se decidir por um balde “opção gigante”, o filme acaba e é possível que a gente continue comendo, até os piruás! Em casa, a gente estoura pipoca e nem lava a panela da primeira vez porque logo vai ter que estourar mais.
A pipoca gourmet segue a mesma linha, por isso, como dá um “pouquinho” mais de trabalho para fazer, é bom já fazer bastante, só que, até acertar “mesmo, mesmo!” tem que insistir. Vale a pena no final, garanto.
No mês de junho, a caixa do Clube de Assinatura do Minestrone tinha pipoca gourmet de paçoquinha. Como eu queria muito acertar a mão, fiz testes e mais testes até chegar no processo ideal de produção para ter uma pipoca crocante, “chocolatuda” (como dizem as culinaristas vendedoras de pipoca gourmet – existe um mundo, gente!) e, simplesmente, irresistível.
Agora… dá pra imaginar o quanto a gente comeu de pipoca aqui em casa? Foi um tal de levar pipoca no almoço das famílias, distribuir entre os amigos sem fim, mas, confesso que, mesmo as que não deram tão certo, ninguém reclamou de comer!
Não se apavore e leia o post até o final que eu vou contando o que pode “não dar tão certo” com as pipocas, para evitar que você faça igual. Ih… acho que vai ser uma conversa longa…
Escolha o milho
O primeiro passo é a escolha do milho de pipoca. O melhor milho para estourar pipoca é que você comprou, portanto, a fim de ter um resultado melhor, sendo que diferença de preço é pequena, o que rende mais é o premium. Praticamente, todas as marcas de milho entre as mais conhecidas têm essa opção (hoje nem vou entrar na discussão de milho transgênico, nem inferir que esses sejam, mas sempre vale refletir sobre o que se come) que oferece grãos mais homogêneos e, portanto, se um estoura, em tese, todos vão estourar. O resultado é pouco piruá no fundo da panela e, como são grãos mais selecionados, as pipocas tendem a ser maiores e estourar por inteiro, sem ficar aquele “semi-piruá enganador” que se mete entre os dentes.
Há dois tipos de milho do vasto mundo das pipocas gourmet: o milho comum ou borboleta (ou butterfly) e o cogumelo (ou mushroom). Quem trabalha com pipoca gourmet costuma usar o milho mushroom que, apesar de mais caro e importado, quando estoura dá menos piruá e dá uma pipoca com formato de cogumelo, bem arredondada. Realmente ela fica mais bonita que a do milho comum, mas, não precisa esperar até que um e-commerce entregue o milho importado na sua casa porque dá pra fazer, sim, com o que é de costume na nossa despensa. Para quem ficar aficcionado por pipoca, recomendo o Clube da Pipoca, lá tem mais detalhes sobre os tipos de milho.
O tipo mushroom não é facilmente encontrado. Na Zona Cerealista em São Paulo, lugar em que tudo se encontra de grãos, temperos e novidades, perguntei nuns três ou quatro empórios e não havia.
Panela e apetrechos para pipoca gourmet
Não canso de dizer que na cozinha, quando a gente quer, a gente dá um jeito de fazer, com ou sem as panelas mais adequadas, mas para fazer pipoca gourmet pode ser bom ter alguns apetrechos à mão.
A panela para a pipoca deve ser grande e, de preferência, com um fundo espesso. Panelas com fundos grossos mantêm o calor por mais tempo de modo que dá pra desligar o fogo antes de terminar de estourar que as últimos grãos do milho ainda vão rebentar pipoca devido ao calor. Tem que ser grande porque, como mencionei antes, todos vão comer bastante e essa etapa (a de estourar o milho) não é a mais difícil. Então, aproveite e faça quantidade suficiente pra não ter que repetir depois. Se tiver pipoqueira em casa, melhor. Se quiser, pode fazer no microondas, mas não vejo a mesma graça.
Conte ainda com duas tigelas grandes, uma assadeira antiaderente ou um tapetinho de silicone culinário e luvas descartáveis de uso na cozinha. Colher de pau ou do tipo espátula de silicone também ajuda.
E a receita? Vamos a ela.
Receita de pipoca gourmet
Ingredientes e etapas
Para a pipoca
- 100 gramas de milho de pipoca
- 15 g de óleo de milho (ou outro de sua preferência)
Modo de preparo
Etapa 1 – Aqueça uma panela no fogo alto, quando estiver quente, coloque o milho e mexa de vez em quando até aparecerem os primeiros pontinhos pretos e então acrescente o óleo. Deixe a panela aberta até que estoure a primeira pipoca, tampe a panela e chacoalhe durante todo o tempo em que o milho estiver estourando. Não deixe a panela parada sobre o fogão, mova de vez em quando. Quando o som dos estouros estiver entre três e dois segundos, desligue o fogo e despeje a pipoca imediatamente numa tigela grande. Essa tigela deve ter capacidade para cerca de 20% mais que o volume de pipoca.
Etapa 2 – Reserve para esfriar.
Etapa 3 – Verifique se há muitos piruás e retire o que houver.
Para o caramelo
- 180 g de açúcar refinado ou cristal (se quiser use demerara ou mascavo)
- 20 g de manteiga (ou margarina)
- 75 g de creme de leite (UHT)
- 8 g de bicarbonato de sódio *
- 1 pitada de sal
Modo de preparo
Etapa 4 – Leve o açúcar ao fogo baixo numa panela funda e mexa de vez em quando até que comece a caramelizar. Quando a caramelo estiver se formando, vá mexendo para que não forme grumos ou grude nas laterais de panela e nem queime. Ao chegar numa cor âmbar escuro, acrescente a manteiga e continue mexendo. Assim que derreter toda a manteiga, mantenha o fogo baixo, tire a panela de cima do fogo e coloque o creme de leite, sem parar de mexer. Cuidado nesse ponto, porque o creme de leite vai subir. Para que isso cesse, deixe o fogo bem baixo, até que todo o creme de leite tenha sido incorporado. Por fim, acrescente o bicarbonato de sódio e uma pitada de sal. Mexa mais um pouco, desligue o fogo.
*Importante: O bicarbonato tem a função de aerar o caramelo e ele fará com que as pipocas fiquem crocantes. Não deixe de colocar esse ingrediente.
Etapa 5 – Despeje esse caramelo sobre as pipocas reservadas na tigela. Com as mãos enluvadas e, devagar para não quebrar as pipocas, envolva todas as pipocas no caramelo.
Etapa 6 – Espalhe as pipocas completamente envolvidas em caramelo numa forma ou assadeira deixando-as o mais distantes que for possível. Leve ao forno pré-aquecido em 180 graus (ou menos) por 10 minutos.**
**Importante: Fique de olho para não queimar as pipocas no forno. Esse processo serve para desidratar as pipoca, prevendo que elas fiquem crocantes por mais tempo. Não pule essa etapa!
Etapa 7 – Retire do forno e solte as pipocas que tiverem grudado umas nas outras conforme for colocando as pipocas em outra tigela.
Para a gourmetização
- 200 g de chocolate branco fracionado ou de cobertura** (ou chocolate ao leite ou meio amargo)
- 200 g de leite em pó
- 150 g de sabor (pode ser paçoca, chocolate em pó, ovolmaltine, quick etc.)
Etapa 8 – Derreta o chocolate em vapor do banho-maria. Lembre-se de não deixar a água encostar no chocolate. Isso desanda tudo e você perde todo o chocolate.
***Importantíssimo – Não use chocolate que não seja fracionado ou de cobertura. Por melhor que seja a qualidade do chocolate, ele vai deixar a pipoca mais úmida e isso fará com que ela murche.
Etapa 9 – Verta o chocolate derretido sobre as pipocas caramelizadas da tigela. Misture com as mãos para envolver todo o conteúdo no chocolate. Quando ele ainda estiver um pouco grudento nas mãos, espalhe o leite em pó e o sabor para que tudo isso se agarre às pipocas e as saborize.
Dica: Tampe a tigela e chacoalhe levemente para que o pó se espalhe por todas as pipocas. Vai sobrar a mistura em pó no fundo da tigela. Isso você dispensa ou usa para um outro preparo.
Etapa 10 – Deixe esfriar completamente para servir. Se aguentar, claro!
Como escrevi antes, não é tão simples quanto fazer pipoca de microondas, mas o resultado é bárbaro!
Nas pesquisas sobre pipocas, descobri que há muita gente fazendo essas receitas para vender e que há técnicas diversas que são adaptadas de acordo com que as executa.
Eu, pessoalmente, eliminei o creme de leite da minha pipoca gourmet. Cumpri à risca todas as demais etapas, mas com creme de leite não houve jeito de manter as minhas pipocas crocantes, elas murchavam, apesar de ficarem apetitosas.
Existe uma outra técnica que elimina etapas desse processo. Trata-se de fazer a pipoca caramelizada diretamente numa só tacada.
Outra técnica para pipoca gourmet
Junte todos os ingredientes a seguir em medidas iguais (vai tudo junto para a panela ainda fria): milho de pipoca, óleo, áçucar, água.
Leve ao forno alto. Cerca de 10 minutos ou mais depois, a pipoca vai começar a estourar. Não deixe em nenhum momento a panela quieta sobre o fogo, mexa intensamente para não grudar e nem queimar. Conforme sentir que a panela está enchendo e os estouros forem ficando mais espaçados um do outro, desligue o fogo, mantenha por uns 10 segundos a panela tampada para que termine de estourar. Abra a panela com cuidado e despeje o conteúdo uma travessa ou forma para que as pipocas não se juntem demais. Tome atenção para não se queimar porque o caramelo ainda estará muito quente a essa altura.
Dicas do Minestrone sobre pipoca gourmet
Pipoca gourmet está na moda. É uma comida gostosa que pode ser usada em diversas situações:
- para o lanche ou piquenique
- como sobremesa
- para acompanhar o sorvete de creme
- para comer em frente à TV vendo filme
- para mandar na festinha da escola
- como prato da festa entre amigos
- para ser a verdadeira sensação da festa junina!
As pipocas gourmetizadas também podem ser comercializadas e o preço cobrado dá um bom lucro. Você pode cobrar até quatro vezes o que gastou. Ou seja, vale a pena testar. Se errar, insista. A remuneração pode ser significativa considerando que o investimento é baixo.
Se bem embaladas hermeticamente, elas duram até 30 dias ainda crocantes. Desde, claro, que não tenha entrada de oxigênio na embalagem onde elas estão guardadas.
Sobre as embalagens: Há no mercado as que funcionam bem para esse tipo de produto. Os potes plásticos e os saquinhos chamados stand up pouch ou saco stand up. O nome se deve ao fato de ele ficar de pé na prateleira.
Vale ouro: Sob nenhuma hipótese embale a pipoca quente ou morna pois ao esfriar ela ainda está se desidratando. Se secar dentro do pacote vai ficar mole.
Decorar as embalagens agrega valor e aumenta a chance de atingir outros os canais de vendas. Por exemplo, você pode vender diretamente para o consumidor, para uma festa, como lembrança de chá-bar, de cozinha ou de fralda, mas pode também vender para o comércio próximo à sua casa para que seja revendida.
A “gourmetização” é, por si, discutível, mas, nesse caso e, em especial, neste atual momento de crise, trabalhar com pipoca pode ser o sustento de quem perdeu o emprego, pelo menos por um tempo.
Tem público consumidor e há motivos pra isso. Além de o sabor ser irresistível (se comer uma quer mais!) há uma razão mais decisiva que é o fato de que dá trabalho fazer, por isso, dá pra cobrar um preço justo pelo serviço e a qualidade oferecida.
Há tempos que eu não demorava tanto pra escrever um único post, mas é que essa pipoca é um divisor de águas, de tempos, de entendimentos… por isso quis compartilhar tão lindamente com quem segue o Minestrone.
Saúde e sucesso pra nós.
#ForaBolsonaro
Pipoca é comida de festa junina. Se quiser mais receitas para o período, no Minestrone tem:
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Amo pipoca gourmet e faço sempre aqui em casa, obrigada pelas dicas, elas agregaram qualidade nas minhas pipocas! Amei mais ainda o #Forabolsonaro no final da postagem 👏👏