Em setembro do ano passado, aproveitando umas milhas que eu tinha acumulado por alguns anos de contas pagas no cartão de crédito, fomos para Nova Iorque, o Silas e eu. Conseguimos, acertando agendas, remanejando compromissos e descontando vários finais de semana de trabalho em viagens pelo interior do estado de São Paulo, ficar dez dias por lá.
Como já contei antes, nossas viagens são, comumente, preparadas por nós mesmos. Pesquisamos o local e as opções que existem diante do que gostamos de fazer e criamos o nosso próprio roteiro. Muitas vezes temos algumas dicas de amigos que já viajaram para o mesmo lugar, outras vezes, só depende de nós mesmos o que faremos. Isso porque nosso jeito é esse. Gostamos de planejar nós mesmos. O que em geral dá muito trabalho e pode surpreender nem sempre positivamente. Para quem prefere contar com a ajuda de um profissional da área de turismo, talvez seja mais fácil. Quanto às surpresas, elas tendem, no mínimo, a ser menos inesperadas. Uma hora dessas vou escrever sobre algumas situações bem inusitadas que já enfrentamos nas nossas andanças pelo mundo afora.
Quando decidimos ir para NY pela segunda vez, já que em 2011 já havíamos estado lá na nossa lua de mel, eu tinha alguns objetivos bem claros sobre o que queria fazer naquela cidade. À parte os museus, uma noite de jazz ou blues, os passeios de bicicleta (eu comprei uma bike ma-ra-vi-lho-sa em NY) pelo parque e pelo Brooklin, eu sabia que parte da viagem seria dedicada às lojas de casa, especialmente, as de utensílios de cozinha e, por que não, de equipamentos também.
Na ocasião, eu ainda não era uma dedicada estudante de gastronomia, mas já tinha profundo interesse por tudo o que se refere ao assunto. Portanto era meu interesse de viagem ir a essas lojas que juntam instrumentos para confeitaria, panificação, forno e fogão. Eu queria ver mais de perto esse amplo universo de tecnologias para a culinária que a cada dia gosto mais e mais.
Mesmo que eu não comprasse nada, queria visitar as incríveis lojas de coisas de cozinha, que são muitas em toda a cidade. Eu adoro ir as esses estabelecimentos por vários motivos. Primeiro porque me enchem os olhos. Esse tipo de loja tem objetos de casa e também de cozinha profissional que eu categorizo como “cobiçáveis”, não dá para não gostar, são lindos! Isso se deve muito ao fato de que são super bem dispostos em montagens de mesas e arrumações de bancadas que nos inspiram mesmo que tenhamos cozinhas e casas muito simples.
Outro motivo que muito me agrada é a qualidade dos objetos à venda. Nas lojas que eu fui, não encontrei nada de péssima qualidade. Há muito cuidado e valorização do design, da ergonomia e da segurança com relação aos objetos.
É importante mencionar que muitos desses bens, como os que encontramos no Brasil, são produzidos principalmente na China, outros tantos na India, no Vietnã, em Cambodja, na Malásia. Entretanto, a qualidade exigida pelas lojas que os revendem nos Estados Unidos, e também nos países da Europa, para o consumidor final está num nível muito mais alto do que a que aceitamos por aqui.
O que quero dizer é que não é porque o produto é chinês que ele, necessariamente, é ruim ou de baixa qualidade. Quem estabelece o nível mínimo exigido para a compra de determinados produtos é o comprador. Ninguém é obrigado a comprar um produto de baixa qualidade. Essa é uma cadeia estudada pelos profissionais de marketing chamada comportamento de compra. Vamos pensar juntos: se o cliente final absorve e consome o produto de baixa qualidade, priorizando exclusivamente o preço, por que a loja exigiria alta qualidade do seu fornecedor? Uma atitude fomenta a outra e assim permanece a angustiante questão sobre quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha.
Se você exige qualidade, seu fornecedor lhe trará a sua exigência, mas se consome qualquer coisa, continuará sendo atendido de acordo com o sua exigência. Isso vale para tudo o que compramos sem nota, que muitas vezes são produtos falsificados (“réplicas”, como os chamamos) e não passam por qualquer controle de qualidade.
Depois dessa breve reflexão sobre comportamento de compra e qualidade de produtos, as lojas novaiorquinas são templos de bom gosto, cuja ambientação é sofisticadamente simples. Eu admiro profundamente esses arquitetos que trabalham lindamente para criar espaços que são aconchegantes e instigantes ao mesmo tempo.
A seguir, só para o caso de você também gostar desses ambientes, cito algumas das lojas que pesquisei para visitar em Nova Iorque. Não é uma relação de todas as casas que visitei porque, infelizmente, não fui organizada o bastante para anotar tudo. Das próximas vezes, pretendo ser mais eficiente. Mas para quem gosta do assunto tem boas opções:
Bowery Kitchen Supplies
Chef central
Post publicado originalmente em 15 de ago de 2014
GOSTEI
Madrinha, é tudo muito bacana. Um beijão.